quarta-feira, 4 de agosto de 2010




"L'aigle, le corbeau, l'immortel pélican, le canard sauvage, la grue voyageuse, éveillés, grellottant de froid, me verront passer à la lueur des éclairs, spectre horrible et content. Ils ne sauront pas ce que cela signifie. Sur la terre, la vipère, l'oeil gros du crapaud, le tigre, l'éléphant; dans la mer, la baleine, le requin, le marteau, l'informe raie, la dent du phoque polaire, se demanderont quelle est cette dérogation à la loi de la nature."

Os cantos de Maldoror, Lautréamont


Tudo em Monteiro, como em Lautréamont, nasce da pulsão. A metamorfose, o princípio plástico e ontológico de seu cinema, é carnívora: transformar-se num Outro é digerir e assimilar-lhe a Persona- trocar de máscara-, e assim centuplicar a própria força; é instilar no predador a centelha do divino, como na mística de certas tribos canibais: Devoro-te ou decifra-me. Uma espécie de féerie do demoníaco: a única transfiguração possível a um herdeiro de Stroheim e Buñuel.



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