domingo, 21 de agosto de 2011

Tsc Tsc...


Como no Bigger than life de Ray ( God was wrong!), no Shining temos uma perversão do gesto de Abraão; Deus pede a morte da Isaac - substituída depois pela circuncisão- como um ato contranatura que vai fundar o simbólico, a cultura. Ou seja: um filho por uma obra, Cultura versus Natura. Aqui, como no filme de Ray, a obra é impossível (impotência criativa aqui, impossibilidade de mobilidade horizontal na América macarthista lá). Então, destrói-se o filho: Natura vence Cultura, perversamente, pois não se trata mais de sacrifício- sublimação da ligação natural pelo gesto simbólico-, mas de demiurgia psicopata; vitória da Natura perversa sobre a Cultura ( agora) impossível.

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