sexta-feira, 30 de julho de 2010



Soft porncore? hahahahah


A l’aventure é Céline revisto no contexto de uma pedagogia libertina: uma disciplina rigorosa, exercícios, ritos (o corpo aprende repetindo: ritos), uma experiência aprofundada e metódica do corpo libera o espírito, a anima ( o que seria da anima se não tivessse um morada para habitar e animar?); atinge-se com isso- através deste estóico aprofundamento da condição de ser um corpo- os limites do diáfano e do epifânico: em Céline, a yoga, aqui o sexo. Tudo a mesma coisa: conversão da carne turva e túrgida em transparência luminosa, alquimia de um cosmo fechado- o corpo mônada-, regido por mum sistema regular de ritmos em uma parte, vibrante e ressoante do mundo, uma centelha do Cosmo maior, onde tantos outros corpos- todos os corpos-, humanos ou não- ou mais ou menos humanos, como o intermitente mensageiro-filósofo: Angelus- encontram seu espaço, seu tempo, suas rotas de ascenção e decadência...



ps: é interessante notar como a Metafísica, enunciada ( ou a que aspira chegar) pelo taxista-filósofo e que ilustra as aventuras do filme é sempre precedida e fundamentada por uma Física ( De Rerum Natura?), ou seja: como esta imbricação entre matéria e espírito se traduz e reflete também no discurso do filme: harmonia das esferas....

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