sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Ben


Bergman dizia que a maior experiência de sua vida tinha sido a humilhação. A humilhação de ser finito- e humilhado por Deus Infinito-, ser pobre, ser artista ( numa época em que artistas entravam pela cozinha, antes de darem dinheiro). Muitos de seus filmes são sobre isso: as lágrimas que choro no quarto escuro ou sob o sovaco de Deus. Mas não há filme maior sobre a humilhação do artista- ou sobre a lucidez necessária para representá-la- no capitalismo tardio do que The killing of a chinese bookie. O artista, que precisa ser um palhaço- ou seja: levar na cara e no cu sorrindo, como se nada- para poder "ser".

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