terça-feira, 26 de abril de 2011

À ma soeur

Belo e frígido este À ma soeur. Breillat faz tudo ao contrário do que se esperava: um filme de terror em surdina ( como deve ser todo filme sobre adolescência, sobretudo rejeitada) que vai "encasulando" os personagens no formol do “plano feito cena”; e que ao mesmo tempo os permite flutuar, mas de forma insidiosa, com um pé no purgatório, outro no inferno iminente: no jogo entre planos médios e gerais, e sobretudo neste traiçoeiro découpage sibilante que alterna entre planos zumbis e violentos esporros de superfície; filme em que o predador à espreita e a presa a devorar são, não exatamente ( ou apenas) rivais ou figuras complementares do feminino espoliado , mas sobretudo cúmplices de uma mesma experiência de danação e êxtase sob baía-postal burguesa e endomingada.

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