quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Teatro das matérias


Um jeu de massacre ( infra-estrutural) fassbinderiano filmado como uma comédia de costumes super-estrutural ( os Artistas, Arte, Schiller, Fütwangler, etc). Mas com vários equívocos/atos falhos- verbais e de raccord- entregando o jogo: os arrivistas, os artistas, o Dinheiro, a Arte... O filme mais serenamente cínico e materialistamente dançarino ( la gravité c’est la grâce) desde A regra do jogo.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ostia


Bela surpresa Sergio Citti como diretor. Picaresco, lúdico e grotesco, mas ao contrário do que o trio de adjetivos sugere, nada a ver com Pasolini. Early Monteiro com Renoir relidos numa chanchada de Eliseu Visconti.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Marlene


Revendo a meia hora final do experimento sado-masoquista in vitro de Fassbinder e... Queria saber de alguém que tenha visto a montagem da peça como se consegue representar no teatro aquilo sem o qual não consigo conceber o sentido do filme: o olhar de Marlene. Há um triângulo claro ali: dois membros que agem ( e reagem), ocupando sucessivamente as posições de sujeito e objeto. E um terceiro vértice, que- à imagem e semelhança da câmera, colado à câmera- registra e revista o que se passa. Mas o embate do casal é impensável sem este olhar plasmado na máquina, este bicho escópico que ronda a arena... como mostrar este ponto de vista no teatro, como materializar esta mediação- da mulher rejeitada E proletária- sem a qual as partes em processo não se situam como papéis (em trânsito recíproco e concorrente, segundo a velha lógica fenomenológica do senhor e do escravo) , como posições deontológicas e eróticas, como gato e rato? Curioso...



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

http://dicionariosdecinema.blogspot.com/2011/11/gloria-feita-de-sangue.html

Carpenter

http://www.youtube.com/watch?v=4Ht-7YE_OnQ&feature=related



Halloween, The thing, Príncipe das trevas são filmes metafísicos. Jamie Lee Curtis, assombrada “por nada”, dá uma olhada pela janela; contracampo taciturno sobre um lençol ao vento. Não era nada. Mas Nada... era o Nada! O filme todo é sobre o Nada; nos quatro últimos planos, o mestre de cerimônias enfim des(aparece). Afinal, qual o horroxr primeiro e último senão o horror vacui, a intimidade secreta e fatídica com aquilo que um dia vai nos devorar?