segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Links


Revendo Adeus Philippine. O filme, com sua ênfase em novas mídias e modos de consumo- ligadas à televisão e seu mercado de presenças-, ilustra uma passagem ( transmissão? Legado/herança?) fundamental ao cinema moderno: o cinema passa a se interessar por linguagem, enquanto a tv assume a função de contar histórias.

É talvez o único filme nouvelle vague que assume plenamente – em sua forma- esta démarche histórica da transição entre cinema ( agora representação) e tv ( narrativa), algo similar ao que ocorrera na passagem da literatura ao cinema como ( agora, à época) meio privilegiado de narrativa. Mas há um filminho de 1959- de um cineastazinho nem moderno nem clássico, apenas eterno- que já antecipa esta passagem- herança? Legado? É o Testamento do doutor Cordelier, de Renoir, filmado como se fosse um filme para televisão. Como se fosse. Porque o filme é um ensaio sobre um filme para tv, ou um campo de cultura para o novo cinema por-vir: um filme possível , literalmente experimental ( no sentido em que Blind date é experimental, segundo o insight luminoso de Douchet) sobre o novo- velho cinema-tv que nascia ali do lado, em Adieu Philippine, Rio Bravo, Psicose, Moonfleet. Porque a tv- como bem nos lembra Jean-Paul Fargue em seu texto sobre Godard/Guitry, Philippine- c'est du direct. E o que faz Renoir, com suas várias câmeras - découpage cerrado, atento a todos os detalhes que possam materializar, tornar narrável ( televisível) uma história em quadrinhos?- senão du direct? E o que busca Rozier senão du direct? A impressão de realidade como um objeto a ser consumido pela imagem, e nela esgotado?


"(...) Deux amandes dans la même coquille. Philippine! Le cinéma avec la télévision. Eentre les deux, le héros choisit... les deux.(...) Comme tous ceux qui ont compris, un jour, que le cinéma n'a jamais existé. Que le cinéma a longtemps été le nom putatif de ce que l'on ne savait pas encore nommer télévision."

Le théâtre de l'instant.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Léon sobre Biette:

http://www.fipresci.org/undercurrent/issue_0711/smirnova_leon.htm

Aliás, toda edição da Undercurrent > Blake Edwards.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Traduzi um capítulo do belo livro de Thoret sobre Argento no Dicionários:

http://dicionariosdecinema.blogspot.com/2011/02/o-esqueleto-da-imagem-o-enigma-do.html

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

http://ruahvainossalvar.blogspot.com/2011/02/acabamentos.html
Do negativo e outras tretas:

http://ruahvainossalvar.blogspot.com/2011/02/jeremias-1.html

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Quatro noites

Quatro noites com Anna é lúbrico, mórbido, impiedoso, minimalista "a palo seco", cáustico, iracundo, expressionista " a gelo seco", tudo de que preciso atualmente para ser feliz.

(...) Mas não gostei não. Um expressionismo mal digerido, retórico, vinhetas sofrendo de bulimia: Kieslowski e certos Bellocchios menores, como Em nome do pai.


Para lembrarmos de Fréhel:

http://operagioia.blogspot.com/2011/02/frehel.html
... uma frescurinha pra ressuscitar o meu pró-palestiniano blogzinho judaico, antes que a Redenção acabe:

http://ruahvainossalvar.blogspot.com/2011/02/este-blog-nao-se-danou.html

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011



Que La dolce vita o que! Já aqui em casa, bonitinho em dvd.
Links para três textos meus na Cinética, sobre Sicilia!, Manyla, nas garras de néon e A ilha do fim do mundo.

http://www.revistacinetica.com.br/sicilia.htm


http://www.revistacinetica.com.br/ilhadofimdomundo.htm


http://www.revistacinetica.com.br/manilaneon.htm

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

"Performance is constantly oriented towards the impossible desire to stop disappearance. If disappearance is a condition of performance, repetition is a crucial strategy that (...) manifests the absent presences of that wich has disappeared. ( ...) Performance, in this sense, is a survival mechanism that allows for the tolerance and endurance of trauma."

Heidi Gilpin.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

No Dicionários de cinema, o belo texto de Serge Daney sobre Francisca e o cinema de Manoel de Oliveira.

http://dicionariosdecinema.blogspot.com/2011/02/francisca-por-serge-daney.html

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Senso


" Le lieu où l'âme se retrouve , où la parole interrompue tente du moins, au soir, un essentiel recueillement, reste lié, pour certaines voix qui nous sont chères, à une architecture en ruine. Là, parmi les collones brisées, dans le délabrement des stèles et des temples, il semble, mystérieusement, que la paix puisse naître et, au coeur même de l'abandon des pierres, une présence ancienne se donner. (...) le passé n'est pas un musée d'antiquités vénérables , mais le théâtre d'une détresse, l'immense cimetière ( Hölderlin) où l'homme sans attaches se voit contraint d'errer".

Critique de la raison poétique, Claude Esteban.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Noite e dia


Em Noite e dia, a série de aquarelas de uma Paris exilada- parece um De Santis ao terceiro dia, depois do Apocalipse de L'argent- é o pano de fundo para uma adaptação secreta do Idiota de Dostoiéviski; o cromatismo impressionista do cinema de Hong Sang é mortificado pelo ascetismo evangélico do personagem principal, que busca a plenitude no corpo da cidade e de um novo amor, mas só encontra a desolação de um jogo de cache cache com o tempo em vilegiatura que dá ao filme um caráter espiralado, ziguezagueante ; o esquema narrativo dos mundos compossíveis dos filmes anteriores aqui se concentra num único mundo, mas com várias bifurcações possíveis: o rapaz esbarra em uma moça, ex-namorada; tropeça em outra, conhecida da primeira, supostamente ninfomaníaca e mignone; é ciceroneado por uma terceira, estudante de pintura também, que mora com a segunda, por quem acaba por se apaixonar. Rohmer revisitado por Eustache, é dos filmes mais desencantados e extraviados de Sang Soo, com o enigmático A mulher é o futuro do homem.