quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Broken Blossoms


Revendo a pérola Lírio partido, pensando em Lang, Tourneur e na posteridade do que nas origens se avizinha do fim...Um maëlstrom de fúria que se abate sobre um cubículo, um titã sobre um lírio... Concentracionismo do melodrama vitoriano: posições e oposições do opressor – no centro do quadro, ou à direita- e do oprimido, abaixo do quadro ou recostado contra seus limites, geralmente à esquerda: esmagado ou entrincheirado. Toda uma ontologia e deontologia ligadas à superfície material do plano, este campo randômico de forças que se encarniçam em ocupar o centro do quadro, e neste ( por este) o podium da arena; expansão irrefreável da força, centrífuga e centrípeta irrupção da Morte, rajada de Nihil que propulsiona a criatura para os limites indevassavelmente recuados do fora de quadro, reserva da memória e da imaginação, onde ainda podemos retê-las, resguardá-las, mas apenas in memoriam, trop tôt, trop tard, o tempo de um contracampo- que aliás não vem, nem virá nunca, pois já não há a quem cor-responder ou contemplar.



Um comentário:

Carlos Natálio disse...

O plano como arena, a "prisão" das vítimas do melodrama. O contracampo que não vem, não pode vir mais.
Ideia interessante.
Abraço