quinta-feira, 26 de julho de 2012

Palio, Blasetti





Em Palio ( 1932), Blasetti fazia na Itália o que Renoir encenava na França e Barnet “brincava” na Rússia: cinema moderno. Basicamente, esta competição entre cavaleiros numa cidade medieval da Itália se resolve em uma série(s) de digressões, duos e tercetos entre os atores ( com direito a piscadelas mais do que extra-diegéticamente maliciosas para a câmera), panorâmicas “backstage” e contracampos estridentes, que garantem o lugar da platéia no campo. Por que cinema moderno? Porque teatro. Como assim teatro? Porque tv, sem mais. A tv é o teatro do nosso tempo, ou seja: o “ao vivo”. O corpo do ator, o tumulto indisciplinado do fora de campo, a oxigenação do studio system pela  vida e pela morte, embalsamadas de féerie. Cassavetes, Arrieta, Rouch e Shirley Clarke já estão aí, espiando atrás da coxia. (Minto: da quarta parede).  Filme indispensável na formação de qualquer cânon genealógico.

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