Se o Guerin de Trem de sombras tenta uma fusão impossível entre o estrutural e o romanesco (enlutado), Ken Jacobs em Tom Tom reinveste a estrutura com um “carnaval sináptico e rizomático” não muito distante da heterogenia do corpo grotesco que Bakhtin viu em Grangântua: um plano de conjunto de um vaudeville perdido na noite vitoriana da má-consciência ( o curta da Biograph que o filme digere) aqui se desfibra em mil e um quistos- humorísticos, eróticos, paranóicos, mas sobretudo cíclicos - que vão fecundando/desenraizando/ulcerando o esquálido corpo da Película-mãe com estes fetos monstruosos- o cartoon televisivo, a chanchada em faux-raccord ( Acossado e Kluge), o péplum jansenista ( L’argent) , as Naturezas-mortas esquizo, em Duras-, que não largam a carcaça da bruxa ...
Necrofilia edipiana de primeira grandeza.
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