segunda-feira, 9 de maio de 2011

O poço e o pêndulo, Astruc


Astruc é a quintessência de uma nouvelle vague secreta, herdeira da educação sentimental e da novela moralista do século 18, pessimista e ancien régime; este conto gélido e claustrofóbico sobre o martírio de uma vítima da Inquisição espanhola, envilecido por arabescos decadentistas de câmera, sutura a pompa mercurial do Bava de La frusta e il corpo com a rarefação rocambolesca das Danças da Morte de Ophüls: há um "novo velho cinema" francês aí que definitivamente deve mais ao caligrafismo italiano do que à Graça encarnada rosselliniana ou à empreinte emanentista dos performers pé de boi de Rouch; e , evidentemente, já flerta com o telefilme ( la tv c'est le direct).

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