Revendo este filme único... Kurosawa filma o infilmável: a morte de um asceta, uma figura crística que se oculta sob a máscara da epilepsia. O momento de absoluta contrição e unção, huis clos com o Infinito; o momento em que a criatura retoma a Unio mística com o Divino. Coisa impossível de se presentificar no cinema, arte materialista... mas está lá. Deve durar 20, 22 minutos, o tempo de um aneurisma se exaurir, um anjo se exilar no crepúsculo. Está lá, lavrado no nitrato: vale por tudo o que não vivemos nem viveremos.
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