sexta-feira, 16 de julho de 2010

Dias



"Passando pela aldeia
A terra órfã recolhe ainda raras espigas
Seus olhos arregalam-se redondos e dourados no crepúsculo
E seu colo espera o noivo divino"

De Profundis, Trakl.









Malick não aprofunda nada; roçamos a superfície dos seres e do tempo: gestos soerguidos por um instante da regularidade taciturna da duração; amniótica aragem de corpos que por um instante pousaram sobre o plano; morre-se casual, discretamente, sobretudo num átimo de segundo, e já estamos do outro lado, confundidos com o vento e os seixos do caminho; um corpo entre outros, como Richard Gere no final do filme...os personagens de Malick ( contemos entre estes um cachorro que dança, um negro e seu ragtime de recreio, um casal de crianças que brinca de matar, um guerreiro panteísta, as planícies, a nesga de sol, a trégua de sombra) não tem tempo de chegarem a ser... ficam pelo caminho.

4 comentários:

Sérgio Alpendre disse...

o que aconteceu com o conteúdo antigo? seus comentários no orkut tb sumiram.

Júnior disse...

saí do orkut, Sérgio. Aqui não sei, até ontem tava tudo bem, tirando um chato que reclamou de fotos pornôs no blog!! Já recuperei os textos, mas é fueda.

Sérgio Alpendre disse...

fotos pornôs? ele estava se referindo a fotos tipo essa do Chinese Bookie? Tem cada figura neste mundo...

Júnior disse...

tipo isso.. na verdade, deve ter sido por uma colagem que fiz com fotos do brisseau e ingres, Delacroix! pô, o imbecil vai ter de interditar o Louvre, então!!