sexta-feira, 30 de julho de 2010

Zwartjes 1




Os personagens de Frans Zwartjes são de um narcisismo tétrico: poses, obscenos closes de mucosas- boca, vaginas, ouvidos, em stacatto neutro-, gestos que se enroscam num casulo de tiques neurastênicos ( interessante seria escrever um ensaio sobre a grande variedade de invenções figurativas, plásticas e dramáticas, suscitadas pela neurose ou paranóia, no cinema de Zwartjes, Werner Schroeter e Jack Smith por exemplo). A mulher é a grande vítima e o grande carrasco, elos necessários e fatais de qualquer pedagogia libertina. Mas a mulher como fetiche, embalsamada pela pose, saturada de grão e presa do grotesco, como uma gravura de Schiller. Disse presa, e isso se aplica a Egon Schiller tb, e isto deve ser lido literalmente: uma presa é o alvo de mira do olhar do caçador, jamais o encara de frente. Uma presa é o objeto a ser tocado pelo olhar, masturbado e vitimado: água-forte das Naturezas mortas encarquilhadas e achatadas por angulares de Zwartjes.
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